27.8.03

Tempos de antena. É giro, não é? A SIC decidiu contratar Santana Lopes para comentar os acontecimentos da semana ao domingo em concorrência directa com Marcelo Rebelo (não sei se não falta aqui um «l»)de Sousa na TVI. Sócrates ficou solteiro na RTP, que decidiu rever o modelo, e a revisão deu nisto: convidou cinco comentadores, um de cada um dos partidos com representação parlamentar.

De maneira que, partindo da hipótese benévola de que cada um dos canais generalistas tem um rating igual, os tempos de antena ficaram assim divididos: 72,6% para o PSD, 6,6% para cada um dos restantes partidos. Ou, de outra maneira, 79,2% para o governo, as sobras para a oposição.

Em resumo, os canais privados criaram uma situação de favor para o governo (a troco sabe-se lá de quê), o canal público deu uma ajudinha.

Mas, pergunta-se, que haveria a RTP de fazer? A única coisa decente: convidar comentadores independentes em vez de políticos no activo, uma prática abstrusa só possível num país de débeis tradições democráticas como o nosso. Também isso poderia ser uma atitude exemplar de serviço público.

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