8.2.05

O voto do PSD é na mãozinha fechada

Os simpatizantes do PSD que querem afastar Santana e recolocar uma direcção séria à frente do seu partido devem apostar na ocorrência simultânea de dois acontecimentos nas eleições do próximo dia 20:

1. Maioria absoluta do PS na Assembleia da República

2. Derrota esmagadora do partido de Santana Lopes

Se o PS não obtiver a maioria absoluta, Santana cantará vitória, apostará tudo no derrube do governo a curto/ médio prazo, e, aproveitando a iminência de eleições autárquicas e presidenciais, lançar-se-á numa campanha de agitação permanente com a única finalidade de se agarrar ao poder dentro do partido.

O segundo acontecimento é igualmente importante. Quanto mais baixa for a votação no PSD, mais evidente se tornará que o eleitorado pretendeu penalizar Santana e não o próprio PSD. Qualquer votação que não seja a mais baixa de sempre do PSD permitirá sempre a Santana invocar antecedentes históricos (é um argumento recorrente dele) e culpar da derrota o Presidente, as sondagens e a alta finança.

Certos simpatizantes do PSD dizem que não vão votar no seu partido nas próximas eleições, mas que também não o farão no PS. Como o PP de Portas está fora de causa, hesitam entre o PC e o BE.

Esta opção é inteiramente irracional. Uma derrota de Santana sem maioria absoluta do PS é apenas uma meia derrota que garante a sobrevivência política ao actual líder do PSD e lhe dá fôlego para contra-atacar.

Votar no PS é, pois, a única estratégia que faz sentido.

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