10.3.05

Epistemologia e futebol



Pois é verdade: o futebol não é, como diria o Gabriel Alves, uma ciência exacta.

Mas às vezes até parece. Só assim se explica que, mais Ronaldinho menos Ronaldinho, mais Deco menos Deco, mais expulsão menos penalty, mais escorregadela no momento do remate menos bola na trave, o Chelsea tenha eliminado o Barcelona.

É que, no fundo, isto é tudo muito simples: o Mourinho nasceu para ganhar, o Barcelona nasceu para perder.

O Mourinho disputou até agora duas competições europeias, e ganhou-as a ambas.

Quanto ao Barcelona - o clube mais rico do mundo ou perto disso- tem um palmarés internacional paupérrimo e sofre humilhação atrás de humilhação, a maior das quais foi aquela derrota a penalties na final de Sevilha contra o Estrela Vermelha, com os andaluzes a fazerem a festa e o meu amigo Oscar Pratts a viver o dia mais infeliz da sua vida.

Tirando o breve período em que quem lá mandou foi o Cruyff, o Barcelona não trabalha para ganhar, mas para vingar um ressentimento - e isso é-lhe fatal.

Se o Real Madrid cria uma equipa de galácticos, o Barcelona tem forçosamente que imitá-lo, até na toleima.

O resultado é que montou uma equipa de futebolistas vulgares abrilhantada com alguns dos mais fabulosos jogadores do planeta (Ronaldinho, Deco e Eto’o). E ainda deixa no banco talentos como Maxi Lopez e Giuly porque a maldita da FIFA só deixa jogar 11 de cada vez.

Quem disse que o futebol não é uma ciência exacta, quem foi?

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