14.3.07

Gostava de perceber

Tenho procurado seguir com alguma atenção os argumentos dos que se opõem ao chamado SISI, e que o Paulo Gorjão nos fez o favor de compilar no seu blogue.

Mentir-vos-ia se pretendesse que entendo a razão do alarme. Consolo-me imaginando que os indignados escribas também não estão muito seguros da matéria sobre a qual se pronunciam.

Parece-me este um caso manifesto de efeito bandwagon (em português: maria-vai-com-as-outras) em que todos os aspirantes a paladinos das liberdades se apressam a condenar o SISI sem entenderem muito bem o que está em causa.

As minhas dúvidas são simples e exprimem-se de uma forma chã: afinal, o que é que de facto muda em relação à situação presente no que toca às liberdades e garantias dos cidadãos?

Adolfo Mesquita Nunes fala de ameaça à separação de poderes. Como assim, se tanto o Governo como as polícias se enquadram no poder executivo?

Actualmente, as polícias reportam aos ministros da tutela, e estes reportam, por sua vez, ao primeiro-ministro. Se se cria um coordenador de corpos policiais que reportam a mais do que um ministro, a quem haveria esse coordenador de reportar senão ao chefe do Governo? Ou consideram os críticos que a coordenação não é necessária?

Além disso, seria interessante explicarem-nos não só que informação perigosa imaginam que a PSP ou a GNR, que não são polícias de investigação, possuem sobre os cidadãos, como ainda o que os faz pensar que a coordenação das policias tem directamente algo que a ver com a recolha centralizada de informação sobre indivíduos particulares.

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