27.8.07

Breves

1. A Drª Dalila foi muito bem dispensada. O Presidente da República, decidido a não perder uma oportunidade para dar a conhecer que está vivo, provou que, também nesta questão particular, carece de um pensamento político estruturado.

2. Admira-se a opinião pública por a GNR não ter comparecido para evitar a destruição de uma plantação de milho transgénico. Mas, pergunto eu: alguém que tenha feito férias no Algarve viu a GNR - entidade responsável pela manutenção da ordem pública na quase totalidade da região - onde quer que fosse durante o mês de Agosto?

3. Os mesmo partidos que declaram temer a excessiva ingerência do governo no funcionamento das polícias exigiram agora que o Ministério da Administração Interna abrisse um inquérito à actuação da GNR a propósito do caso atrás mencionado. Contradição? Que ideia!

4. O desemprego subiu ou desceu no 2º trimestre? Mas então os factos não falam por si? Mas então essa questão não admite uma resposta taxativa? O relativismo ataca onde menos se espera.

5. Após a América retirar do Sudoeste Asiático, há três décadas atrás, a paz e a prosperidade chegaram à região, desmentindo as negras predições que haviam justificado as sucessivas intervenções militares que culminaram na guerra do Vietname. O mais natural é que, a prazo, o mesmo venha a acontecer quando os EUA largarem mão do Próximo e Médio Oriente.

6. Quando uma empresa que correu riscos insensatos se vê ameaçada de falência, o Estado lava daí as suas mãos. Excepto, evidentemente, se se tratar de um banco, caso em que acorrerá a emprestar-lhe dinheiro a taxas bonificadas. Capitalismo para o povo, socialismo para os banqueiros.

7. Diz-se que a política contemporânea vive das aparências, mas não é verdade: a política alimenta-se da fantasia. Três meses bastaram para confirmar que Sarkozy é exactamente aquilo que parece - e, apesar disso, mais de metade da França votou nele. Não sei por que se riram tanto quando os americanos elegeram George W. Bush.

8. Que direitos dos cidadãos não estará Cavaco Silva disposto a sacrificar a troco da contenção da despesa pública? Esta é a pergunta que fica no ar depois da desajeitada defesa que apresentou do seu veto presidencial da semana passada.

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