25.9.08

Fazendo o trottoir

Tirando o Museu Judaico, o que mais me maravilhou numa viagem recente a Berlim foi a descoberta de que por lá também têm calçada portuguesa, melhor dizendo, que os passeios da cidade estão cobertos de calçada portuguesa de uma ponta à outra.

Comecei por estranhar jamais ter visto mencionado o facto por um só dos milhares de compatriotas nossos que desde a mais remota antiguidade se deslocaram àquelas paragens. Mas, depois, entendi que é muito difícil alguém identificar uma calçada portuguesa quando ela se apresenta absolutamente plana, sem fissuras entre as pedrinhas nem troços esburacados, como é o caso na capital dos boches.

De modo que eu, há muito irredutível no ódio a esta artefacto nacional causador de lesões variadas e saltos altos partidos, dei por mim a pensar se não seria possível o Costa mobilizar uns tostões para mandar alguém a Berlim estudar como é que aquilo se faz.

Só temo que, em vez de aprenderem a fazer calçada portuguesa à alemã, eles venham de lá a fazer calçada alemã à portuguesa.

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