15.10.09

O Nobel e nós

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Paulo Trigo Pereira explica com concisão e clareza as contribuições de Williamson e Ostrom (os Nóbeis da Economia deste ano) e chama atenção para algumas consequências da perspectiva do primeiro para temas de alta relevância e actualidade em Portugal:
"Apesar de não ter sido muito explorado por Williamson, há uma aplicação importante da sua análise, nomeadamente no contexto português, que não queria deixar de realçar. Assistimos nos últimos anos a processos de desorçamentação significativos quer na administração central quer local. Quer na área hospitalar, onde muitos hospitais sairam das administrações públicas e são agora empresas, quer no sector rodoviário com a saída do Instituto Estradas de Portugal, IP e sua transformação em EP e agora SA (sociedade anónima). Ao nível local há também variados sectores que têm sido empresarializados. Aquilo para que a análise de Williamson chama a atenção, e que é frequentemente descurado por economistas, é que a opção pelo melhor arranjo institucional, não depende apenas da eficiência medida em termos de custos de produção. Depende também dos custos de transacção, associados à celebração de contratos incompletos de longo prazo a 20, 30 e mais anos. Nomeadamente no que toca às parcerias público-privadas a pouca “evidência empírica” existente sugere que este custos são muito significativos relativamente ao custo do investimento directo sobretudo em projectos de pequena e média dimensão."

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