12.2.10

Da província

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Vasco Pulido Valente anuncia-nos que leu parte da História de Portugal recentemente publicada por Rui Ramos e mais dois autores e extraíu de lá um facto: desde 1834, o número de funcionários públicos passou em Portugal de 30 para 700 mil, o que toma como prova de que “isto sempre foi assim”.
Confirma-se mais uma vez que VPV estuda para confirmar o que julga já saber, não para descobrir coisas novas. Que “isto sempre foi assim”, eis afinal ao que se resume toda a sua sabedoria acumulada.
Conviria agora que ele tentasse inquirir como evoluíu o número de funcionários públicos naquele punhado de países que reputa de civilizados – ou ao menos, para lhe facilitarmos a vida, ao Reino Unido. Ficaria decerto surpreendido por descobrir que, na generalidade deles, a evolução foi semelhante à nossa.
Isso explica-se pelo facto de, no princípio do século XIX, o Estado praticamente se resumir ao exército, à marinha, aos (poucos) tribunais e às alfândegas. A própria polícia (quando a havia) estava frequentemente a cargo de autoridades locais.
Poderá ser (ou não) verdade que “isto sempre foi assim”, mas, para demonstrá-lo, o nosso historiador terá que sacudir a preguiça e esforçar-se um poucochinho mais. VPV, esse, “sempre foi assim” e sempre assim será.
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