15.10.10

Não há-de ser preciso fazer-vos um desenho

.
Baptista Bastos no Jornal de Negócios de hoje:
"A Direita e a Extrema-Direita avançam em toda a Europa. A Europa é uma massa inerte que só existe porque a Alemanha assim o permite. Basta atentar na teimosia abstrusa de Ângela Merkel, no pungente problema grego, para nos apercebermos do carácter unilateral e arbitrário de uma política que somente dá garantias e suporte aos mais fortes. O renascimento da xenofobia, do racismo e dos movimentos neonazis não acontece por acaso. A Esquerda abandonou as velhas bandeiras que a qualificavam, e esqueceu as causas que a iluminavam. Só agora, um pouco em Itália e em França, se discute e debate o torção a que a História foi submetida. Os novos problemas que emergiram, com o financiamento do capital, o movimento migratório, a fome como endemia, a exclusão (ideológica, cultural, identitária) a que assistimos, um pouco por todo o lado, assemelham-se aos anos que antecederam a queda da República de Weimar.

"Em Portugal, cujo provincianismo atingiu as fronteiras do batatolino, dois dirigentes partidários andam às turras, e os seus discursos levam-nos até ao desgosto da palavra. Neles nada existe de original, de arrojado, de desafiante e de motivador. Neste caso, as palavras não enchem ideias, porque os seus protagonistas não as têm, nem enchem barrigas porque as deles já estão a abarrotar."
.

Sem comentários: