24.6.11

Como não extinguir os Governos Civis

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O problema dos Governos Civis é que constituem de certo modo uma aberração no actual arranjo da máquina do Estado. Temos um governo central e temos um poder local assente nos municípios. Que vêm os distritos fazer aqui?

Pensando bem, os governos civis só sobreviveram porque a regionalização nunca se fez. Dizer-se que as suas atribuições devem transitar para as autarquias é um absurdo, pois daí necessariamente decorreria a redução da eficiência e a degradação dos serviços prestados aos cidadãos no que respeita à segurança, à proteção civil do território e à gestão das eleições.

Eliminar de uma penada os governos civis deixaria inúmeros e intrincados problemas por resolver. Nada, já se sabe, que atrapalhe o actual PM, apostado em não perder uma oportunidade para demonstrar que raramente sabe do que fala.

PS - O tom acintoso com que Passos Coelho se referiu aos Governadores Civis e o momento que escolheu para o fazer revelam má educação e falta de sentido de Estado. Os servidores do Estado devem ser respeitados, independentemente das tarefas em que se ocupam e da concordância de cada qual com as políticas que a mando dos governos eles executam ou executaram. Imaginem que o PM se tinha pronunciado nos mesmos termos sobre as forças armadas que se encontram no Afeganistão.
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